Comparação faturamento dos semestres – 18 de julho de 2018

Rating de Seguros – Comentário Econômico n 563

Prezados Senhores,

Um fato curioso no mercado segurador brasileiro se refere a quando comparamos o faturamento em cada semestre.

O que se diz no setor é que, em geral, a receita do segmento é sempre maior no 2º semestre, pela própria disposição dos contratos, da aquisição de bens, 13º salário, declaração de imposto de renda, etc.

Nesse sentido, para verificar a consistência ou não desse comportamento, realizamos a seguinte conta:

1) Consideramos o faturamento do setor de seguros com alguns ajustes. Primeiro, excluímos o ramo DPVAT, que sofreu grandes alterações nos últimos anos, o que poderia levar a valores deturpados. Em segundo, tiramos o VGBL, pois existe um questionamento teórico sobre a sua inclusão como um produto de seguros, quando falamos em termos estritos. Por último, retiramos os dados da área de saúde, já que eles estão alocados na ANS, de mais difícil obtenção. Mesmo com esses ajustes, a conclusão a ser obtida permanece consistente.

2) Os números foram considerados de 2008 a 2017; ou seja, 10 anos. Assim, em cada ano específico, comparamos quanto que o faturamento no 2º semestre do setor de seguros foi maior do que o faturamento no 1º semestre.

3) O gráfico dessa relação está abaixo. Com relação a tais números, temos as seguintes observações:

a) De 2008 a 2012, o crescimento foi de 10 a 12%, de um semestre para outro. Depois, nos 5 anos seguintes, caímos para um patamar médio de 8%. Isso pode ser explicado que própria queda no crescimento do setor, pela crise econômica nos últimos anos. Ou seja, o segmento ficou menos acelerado.

b) Outro ponto a considerar consiste em descontar a inflação, ao comparar um semestre contra outro. Isto é, o crescimento seria somente uma conseqüência do efeito inflacionário. Nos últimos 10 anos citados, tivemos uma inflação média anual de 6%. Ou seja, em termos aproximados, uma variação média inflacionária de 3% em cada semestre. Como se vê, o valor da variação do seguro foi maior, não podendo o crescimento de cada semestre ser explicado somente pela inflação.

4) Em função desses números, e feitas as contas, contatamos que, de fato, temos um crescimento de faturamento de seguros nos segundos semestres em cada ano. Em média, em termos reais, de 5 a 10%, em relação à receita de cada primeiro semestre, dependendo de o ano ser pior ou melhor.

Cordialmente,

Francisco Galiza.

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